sexta-feira, 2 de maio de 2014

Ayrton Senna - memórias, comemorações e o documentário

Eu tinha 13 anos quando o Senna morreu. Na época, não dava a mínima para fórmula 1. Lembro de estar brincando com meus amigos quando minha mãe chegou para dar a notícia. Não demos bola.

Como único Nerd da rua, eu estava tentando jogar GURPS com meus amigos. Eles se impacientavam com aquele monte de regras, se distraiam e queriam ir jogar bola lá fora. Sob pressão e estressado para entreter a turma, a notícia da morte do Senna teve pouco impacto
Sendo de uma família meio intelectualizada, meio chata e totalmente contra a Globo, a primeira lição que tirei do episódio foi sobre o poder da TV. Naquela noite, vendo o Fantástico, chorei com a produção que fizeram na morte dele. Lembro de ficar envergonhado e com raiva da TV, que teria manipulado as minhas sensações ao mesmo tempo que explorava a morte do cara.



O tempo foi passando e eu continuava ouvindo falar do atleta de alto desempenho, obstinado e exemplar que ele foi.

Quando morei fora do Brasil, muita gente queria falar sobre o Senna comigo quando ouvia dizer que eu era Brasileiro. Aquilo foi me intrigando, me deixando mais curioso.

Finalmente me rendi. Assistindo a corridas e entrevistas, fui vendo que era um tipo de atleta especial. Além de ser um piloto excepcional, é um cara com a cara do Brasil: carismático, religioso, com um jeito meio simples e até humilde. Um dos poucos caras que ganha o mundo e mantém o jeito meio caipira do Brasileiro.

De toda mídia que vi, o melhor é o documentário. Mostra a carreira de uma forma mais resumida e com os melhores momentos. Tem bastante coisa interessante dos bastidores - as entrevistas com o médico dele são muito boas para entender tudo o que aconteceu - antes e depois do acidente.

O documentário é ótimo e está disponível no Netflix 

Além disso, o efeito nostalgia do documentário é bem forte. O estilão dos anos 80 fica muito evidente nas filmagens, nas roupas, nos modismos e até nas propagandas de cigarro que aparecem por todo lado.

O que fica de negativo é o fato de que o Senna namorou com a Xuxa e com a Galisteu. Dá uma tristezinha.

Senna mandando mal

O final, naturalmente, é super melancólico. Mas muito bem dirigido e bem produzido. Eu poderia dizer que é a TV manipulando meus sentimentos de novo, mas passei dessa fase.

É que, de novo, acabei chorando quando ele morre. Acho que sou bundão, só isso.

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