domingo, 16 de março de 2014

Análise Nintendo 3DS

Comprei essa semana o Nintendo 3DS (modelo XL). Aqui vai a minha análise do console.

Sentia sua falta, Nintendo
É inegável que as franquias mais influentes do vídeo-game para caras da minha geração (filho dos anos 80) são da Nintendo. Todos nós crescemos com Mario, Zelda, Donkey Kong e Metroid.

Mario, Mario e mais Mario


Rever esses personagens na telinha é como rever velhos amigos.


Jogos sabor diversão
A Nintendo não tem apenas os personagens. Seus games seguem fórmulas incríveis e únicas.

Para começo de conversa, eles tiveram a brilhante idéia de  usar cores nos seus jogos – algo que, por algum motivo, parece inconcebível para os outros designers de jogo.

Estourando o orçamento de cores


Mesmo jogos mais infantis que joguei de PSVita ou PS3 recentemente (Little Big Planet e Puppeteer) usam uma paleta de cores limitada – tendendo sempre pro cinza ou marrom. Isso não entra na minha cabeça.

Aaah, o vibrante marrom


Não é um problema tão grave se o jogo for divertido, mas me pergunto qual a dificuldade de colorir um pouco o jogo.

Depois de alguns minutos jogando o último Zelda (a link between worlds), você já tem aquele porre de vida e cores com a cara da Nintendo – verde, roxo, amarelo, marrom. Pensando bem, será que a Nintendo patenteou o verde e o amarelo?

O design dos jogos também tende a ser espetacular. Incrível como eles trabalham com um hardware limitado, mas em nenhum momento você tem a sensação de estar faltando alguma função pela forma como eles desenvolvem o jogo. Claro, estou falando dos jogos feitos pela Nintendo.


Primeiras impressões: parece um brinquedo, é um brinquedo
Tudo no Nintendo 3DS tem jeito de brinquedo. Sua construção plástica, a cor  vibrante do casco externo, o estilo dos cartuchos e, sobretudo, os jogos da Nintendo – com uma pegada mais festiva, engraçada, divertida.

Jeitão de brinquedo é pouco sexy, mas também dá personalidade pro 3DS


Claro que isso também tem um preço. Ligando o 3DS, minha primeira reação foi estranhar um pouco a tela. Depois de tanto tempo no mundo dos jogos HD, precisei de algum tempo para me adaptar ao visual de baixa resolução – especialmente na tela touchscreen debaixo, onde a resolução é ainda menor.

Os comandos físicos também têm jeito de brinquedo – com alavancas e peças que dão a impressão de menos solidez. Isso pode soar meio biruta, mas também dá uma sensação de liberdade. Me peguei mais relaxado com o 3DS, sem tanto medo de jogá-lo no sofá ou na mochila perto das chaves. É um brinquedo que fala assim: pode usar sem dó.


Estou pegando o hábito de jogar o 3DS na mochila para usar o street pass


Vamos ver se vou estar com a mesma impressão em alguns meses, ou se ele vai quebrar com o abuso. Dou notícias sobre isso.

Os exemplos mais evidentes dessa construção simples são os botões de volume e para ajustar o efeito 3D. São alavanquinhas plásticas que você escorrega pra cima e pra baixo para deixar no nível que quiser.

Talvez a genialidade do 3DS seja justamente essa: simplicidade. Ele te dá o essencial para jogar, e parece tirar o máximo proveito do que o Hardware oferece. Isso faz dele um console mais barato, acessível, amigável. O 3DS é aquele tio bonachão que traz pirulito pra todo mundo.

Bagunça


Obviamente isso fez com que o 3DS se popularizasse, com bons resultados. É o portátil com mais suporte dos estúdios externos. A diversidade de jogos é ótima, e tem coisa nova saindo constantemente.

O maior destaque do 3DS é a quantidade enorme de bons jogos exclusivos


A minha justificativa para desembolsar o dinheiro da compra do 3DS foi justamente essa: o preço do console é bem razoável, e com ele levo os exclusivos da Nintendo e um monte de jogos de estratégia de estúdios externos. Assim que terminar o Zelda, quero mergulhar no Fire Emblem – jogo de estratégia aclamado por jogadores e críticos, com nota 92 no Metacritics.


Sem troféus, sem pressão
A ausência de troféus ou achievements reforçou essa sensação de um uso mais livre do 3DS. Não tem um monte de estatísticas medindo o seu jogo o tempo todo.

Um brinde à simplicidade. Nham!

Se o jogo é bom você segue com ele para continuar se divertindo. Não tem aquela barrinha de 3% de progresso te assombrando, fazendo com que você se sinta em dívida com um game comprado e deixado de lado.


Efeito 3D impressiona, mas não sustenta
Já tinha visto o efeito 3D antes e ficado impressionado. Mas também já tinha lido que a maioria das pessoas acaba desligando depois de algum tempo.

Comigo foi exatamente assim. Assim que seus olhos se ajustam, tem aquele efeito impressionante que faz seu queixo cair. Tenho TV 3D, e o efeito do 3DS é incomparável – muito mais bonito, profundo e nítido.

O problema é que o efeito cansa. Segurando o 3DS na mão, ele sempre se mexe um pouco e você perde a nitidez por um segundo. Depois de algumas horas de jogatina, o olho começa a reclamar. Desliguei o efeito do meu.

A Nintendo teve que colocar um aviso no 3DS, alertando que crianças não devem usar o efeito 3D por ser potencialmente prejudicial ao desenvolvimento dos olhos


Acho que o efeito 3D é aquela característica que te faz vir, mas não te faz ficar.

A vantagem é que, com 3D desligado, tenho conseguido desempenho de bateria impressionante, na casa das 7 horas.


Foto 3D. E só
Mesmo sendo um console conectado à internet e com algumas funções multimídia, achei interessante que o 3DS tem um posicionamento bem focado. É pra jogos, e só. Não quer ser também um Tablet, um celular, uma torradeira.

E a única coisa mais diferente que ele oferece é a foto 3D. E faz bem feito. O efeito da foto fica muito bom.


Analógico (e a ausência de um segundo analógico)
O 3DS é o primeiro portátil da Nintendo a ter um direcional analógico. Ele é grandão e tem um bom encaixe com o dedão. Achei ele OK, confortável, cumpre a função sem muita firula.

Esse segundo analógico foi lançado como um periférico, e muita gente acreditou que logo sairia um 3DS já com  o equipamento embutido. Até agora, nada.


Jogando Resident Evil, você nota que o segundo analógica faz um pouco de falta. Mas acho que é uma exceção. A maioria dos jogos que me interessam (estratégia) não vão demandar isso. Se eu começar a me deparar com esse problema em muitos jogos atualizo aqui.


Nintendo EShop – uma grata surpresa
Fiz um cadastro no EShop Brasileiro da Nintendo, e fiquei surpreso com a qualidade e quantidade de jogos.

Todos os jogos mais recentes estão lá com descrição, foto e vídeo. Achei muito melhor do que a loja do Vita. É curioso que a Nintendo é conhecida por não saber trabalhar online, mas pelo que vi na loja achei ótimo.

A loja Brasileira é ótima e tem todos os jogos, apesar de o preço tupiniquim ser sempre mais salgado


Gostei muito da quantidade de jogos independentes, como VVVV e Gunman Clive. Tem mais coisa lá que quero explorar, adoro esses jogos experimentais.

Gunman Clive: esse jogo esbanja estilo. Já terminei no Xperia Play, to pensando em jogar de novo na tela maior do 3DS


Acho que cabe falar aqui que o 3DS roda cartuchos do DS – um console com muito jogo bom. Vou tentar achar alguma coisa que ainda não tenha jogado.


Conclusão: um pouco de Nostalgia, um pouco de Estagnação
Até agora, estou feliz com a compra. O 3DS me permite matar as saudades dos games da Nintendo sem exigir muito investimento da minha parte – investimento de dinheiro e de engajamento, por ter essa pegada mais livre.

A variedade de jogos é outro destaque – tem muita coisa boa para brincar.

Só acho que ficaria incomodado se tivesse comprado no lançamento, pagando preço cheio. O posicionamento mais relaxado e simples me agrada, mas também expõe a certa estagnação da Nintendo.

O pessoal da Nintendo acredita que Mario, Donkey Kong e Zelda sempre vão trazer os compradores, mesmo que o Hardware não seja o mais avançado do mercado. Você vê essa filosofia por toda parte do 3DS.

É um portátil pouco Sexy. E fica pra atrás do Vita, ou mesmo do iPad, em termos gráficos. Claro que isso não é tudo – a Nintendo tem os jogos, que é o mais importante. Por isso acho que a compra vale a pena, ainda mais no preço atual.

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